EM PRIMEIRA MÃO – Depois de 47 anos como secretária da Associação Brasileira de Propaganda, Leila Maria Duarte não faz mais parte da entidade. Com a venda da sede da Av.Rio Branco, 14, Dudu Lopes, o novo presidente da associação — que em julho último completou 80 anos de existência, decidiu recomeçar a ABP do zero.
Aproveitando o reforço do caixa para pagar as dívidas que já vinham se acumulando há vários anos, conseguiu fazer o acordo com a profissional, que pode, assim, requerer a sua aposentadoria. Ao mesmo tempo, a ABP dispensou sua outra funcionária, Ana Paula, passando a funcionar temporariamente dentro da empresa de Lopes, a produtora Silence.
Leila entrou na ABP na gestão de Luis Macedo como presidente, período em que a entidade organizou o 2° Congresso Brasileiro de Propaganda. Este ano, ainda com Álvaro Rodrigues como presidente, a ABP homenageou Leila Duarte junto com outros nove profissionais que, segundo a entidade, “representam todos que fizeram parte dos 80 anos da mais antiga entidade do setor da comunicação em nosso país”.
Redesenho da ABP
Em conversa com a Janela, Dudu Lopes explicou que a ABP precisava passar por um redesenho:
“Não é possível ter uma entidade que arrecada menos do que custa. Tivemos que reduzir 67% dos custos da ABP para agora poder focar em fazer caixa. Por isso, não vi sentido em alugar um novo espaço para a associação. Enquanto a ABP precisar desse oxigênio, deixo ela funcionando dentro da Silence”, detalhou o dirigente.
Lopes garante que a ABP, neste momento, não tem mais passivo. “Não devemos mais nada a ninguém”, diz ele.
A sede da associação, que inicialmente havia sido colocada à venda por R$ 750 mil, sem atrair interessados, acabou sendo negociada por R$ 400 mil à vista, uma proposta que a diretoria considerou irrecusável.
O desafio de Dudu Lopes é fazer com que mais gente queira comparecer pagando anuidade. A entidade conta hoje com 94 associados, entre pessoas físicas e jurídicas. Para a área administrativa, Dudu Lopes contratou a produtora Renata Veiga.
No entanto, a associação ainda tem uma pendência a resolver em 2018, quando acontece a audiência de conciliação, na Justiça do Trabalho, do processo que a publicitária Marion Green está movendo por ter tido seu contrato rompido em 2015.